Abrace seu stress. Ele pode ser seu amigo (e te fazer bem).

É incrível o que a ciência pode fazer pelos trabalhadores, mesmo que indiretamente. Uma nova forma de encarar os efeitos do stress sobre nosso corpo foi relacionada por meio de diversas pesquisas.

Em uma palestra ministrada no TEDTalk, a Dra. Kelly McGonigal diz que o stress pode sim ser nosso amigo.

Normalmente o stress é alvo de todo tipo de efeito negativo sobre nossa saúde física e psicológica. Devemos seguir as prescrições médicas que dizem para evitarmos situações de potencial capacidade de causar stress. Devemos nos manter calmos, sociáveis, felizes. Tomamos litros de remédios e milhares de pílulas evitando arritmias, pressão alta, ansiedade, suor frio, ou seja, todo o efeito nocivo ao nosso corpo causado pelo nosso malvado favorito: o stress.

Realmente, mantermos a saúde é essencial para nossa vida profisisonal e pessoal. Afinal, deixar que situações chave consumam sua vida é uma bobagem tão grande quanto desperdiçar água no deserto. Isso é tão certo quanto sabido.

Porém, um estudo realizado pela universidade de Wisconsin-Madison relacionou, como muitos estudos anteriores, os efeitos maléficos do stress sobre a saúde de voluntários que acreditavam na afirmação de que ‘o stress tinha um impacto negativo para sua saúde geral’. O estudo apontou que entre estes, 43% tiveram um aumento no risco de morte prematura por motivos relacionados ao stress.

Apesar disso (agora vem a surpresa), houve também um grupo de voluntários que tiveram contato com informações positivas a respeito do efeito do stress em sua saúde. Nestes casos, a pesquisa mostrou que, apesar de viverem situações de stress da mesma forma que o outro grupo, estas pessoas não foram impactadas e seus estados de saúde se mantiveram estáveis.

Fica a dúvida: Se a pessoa acredita que situações de stress podem, de alguma forma, serem benéficas para sua saúde física e mental, seus efeitos serão, portanto, benéficos? A resposta, segundo a pesquisa, é SIM!

A Universidade de Harvard também conduziu testes neste mesmo sentido. O teste foi o mesmo: levar os voluntários a situações de stress onde suas reações corpóreas seriam monitoradas. Porém, antes de passarem por estas situações, eles foram levados a crer que as respostas que seus corpos apresentariam (aumento da pressão sanguínea, sudorese, respiração ofegante, etc) pelo efeito direto do stress seriam benéficas para eles.

Uma vez feita a pesquisa e analisados seus resultados, os pesquisadores encontraram os mesmos índices de aumento do ritmo cardíaco, maior ventilação pela respiração acelerada, entre outros que as pessoas não orientadas. Porém a grande diferença foi que nestes pacientes a resposta ao stress foi benéfica para seus corpos. Não houve constrição dos vasos sanguíneos (suas veias permaneceram relaxadas de uma forma muito mais saudável), seus níveis de atenção melhoraram, a oxigenação de seus cérebros foi muito melhor e todos os voluntários relataram que sentiram um misto de coragem e alegria ao invés de nervosismo e tensão.

Portanto ficou comprovado, cientificamente, pelos estudos que a forma pela qual você encara o stress e se prepara para ele faz com que você reaja bem às situações que antes eram causadoras de tensão e piora na sua qualidade de vida. Esta mudança biológica pelo simples fato de crer que o stress é benéfico pode aumentar seu rendimento no trabalho, fazer com que você fique mais atento e, por fim, fique mais saudável. É a nossa mente nos ajudando a entender melhor sobre nós mesmos.

Esse fato explica porque, por exemplo, se você se preparar muito bem para processos estressantes (como passar por entrevistas de emprego), seu rendimento será excepcionalmente melhor do que alguém que não teve o mesmo preparo (veja como se preparar lendo o artigo “Entrevista de emprego? Siga estes passos, treine e tenha sucesso.“). Agora temos base científica para nossas considerações.

A apresentação da Dra Kelly é muito interessante. Recomendamos que todos vejam este vídeo. Ele dura apenas 15 minutos e ela pode salvar a sua vida no futuro.

Apesar das pesquisas, números e conceitos, devemos ter cuidado. A reprogramação da forma pela qual enfrentamos o stress pode ser algo demorado. Tenta aos poucos. Caso encontre dificuldades, procure um especialista.

Pensem nisso.